Fernando Daniel: “Esta canção junta três estilos… o meu soul está lá”

Vencedor da mais recente edição do The Voice Portugal, Fernando Daniel teve a Prova Cega mais vista do mundo em 2016. Antes do sucesso no programa da RTP, o jovem cantor e músico participou no Factor X, tendo trabalhado com o produtor dos D.A.M.A. e estado em negociações para produzir músicas do Agir. É uma das maiores promessas do panorama português da atualidade e deu uma entrevista ao ESCPORTUGAL esta noite. Fernando Daniel irá defender a canção n.º 3 da semifinal 1 do Festival da Canção, agendada para 19 de fevereiro. 


Em entrevista esta noite ao ESCPORTUGAL, o cantor de 20 anos de idade natural de Estarreja, mostrou “satisfação” e “orgulho” por ter sido convidado para esta edição. “Fui convidado pelo Nuno Feist em outubro passado”, começou por recordar. “Não aceitei de imediato, pedi para aguardar, porque lhe disse que estava focado na minha participação no The Voice. Quando acabou o programa, dei-lhe a resposta final”. Na noite da vitória, e na viagem de autocarro de Lisboa para Estarreja, pegou no microfone e contou a todos os passageiros: “Obrigado pelo vosso apoio, mas vou precisar de vocês de novo, porque vou participar no Festival da Canção”, recordou entre risos e alguma emoção. A partir daí, o trabalho com Nuno Feist tem sido constante. “Deixou-me sempre muito à vontade. Disse que eu nunca iria cantar nada que eu não gostasse e que iríamos sempre fazer as adaptações aos poucos, chegando sempre a um consenso. É assim que eu gosto de trabalhar – sublinha. É muito importante estabelecer uma boa parceria de trabalho com a equipa de autoria”. 

A primeira vez que ouviu a canção, foi apenas com voz e piano. “Primeiro torci o nariz e só pensava ‘O que é que eu vou fazer daqui?’. Depois, aos poucos, fui-me habituando à canção e dando o meu cunho pessoal até passar a adorar". Sem poder revelar o título, Fernando Daniel afirmou que se trata "de uma canção que junta três estilos… o meu soul está lá… balada e pop, com sangue português”, fez questão de repetir. “Trata-se de uma balada de amor entre duas pessoas de forma um pouco abstrata… de certa forma, cada ouvinte poderá se identificar e sentir a canção à sua maneira”. 

Sobre a letra, Fernando Daniel foi mais longe: “O Nuno Marques da Silva [o autor] quis me contar a história verdadeira que está por trás da canção, mas eu não quis; pedi para que ele não me contasse o que realmente se passou. Preferi imaginar uma sequela à minha maneira, sentir o tema como se a história fosse minha, como se eu fosse o letrista. Assim, posso passar melhor a emoção e o sentimento para o público”. 

A canção será interpretada no Festival da Canção em português. “Em casa há muitas pessoas que não entendem inglês e que assim seria difícil passar a mensagem”, explicou a opção. Depois, "se representarmos Portugal na Eurovisão, iremos estudar com a RTP se vamos apresentar a canção em inglês, em português ou eventualmente um ‘mix’ das duas”. 

Numa entrevista sem pressas e sem reservas, confrontámos o intérprete com as expectativas muito altas que estão depositadas nesta participação. “Tenho noção disso”, respondeu. “Há pessoas que esperam por algo dentro daquilo que eu cantei no The Voice. Posso dizer que esta canção não é bem o que tenho feito. Nota-se que há uma base de sangue português, mas depois há todo um arranjo diferente. É uma balada tensa, que vai em crescendo até ao minuto final, que explode. A essência da minha voz e interpretação está lá, claro”. Contudo, de forma realista, pede: “Não quero que me ponham num pedestal! Sou humano como os outros, há pessoas que vão gostar da canção e outras não”. 

Não podendo ainda revelar mais detalhes, quisemos que nos destacasse uma das suas canções que melhor pudesse inspirar os leitores para a sua canção do festival. Fernando Daniel nomeou duas das suas participações no The Voice:


Na nossa entrevista falou-se também de festivais de outros tempos, de canções que gosta mais e que gosta menos. “Nós temos potencial para mais”, afirma quando confrontado com as classificações que fomos obtendo lá fora. Contudo, “este ano o leque de compositores e interpretes é muito forte”, opina. “O país foi bem representado há uns anos”. Temos, por isso, “que voltar a mostrar música a sério”. Esse espera ser o contributo a dar. “Espero ganhar. Vou lutar por isso. Há muitos jovens que me seguem, que não costumam ver o festival, mas espero que o façam este ano". Da Eurovisão, afirma ser um “programa espetacular”, de uma dimensão “brutal”. Gosta de várias canções dos últimos anos, citando três exemplos. “Rise like a Phoenix” por Conchita Wurst – “chocou-me no bom sentido” – “Euphoria” pela Loreen e “Hard Rock Hallelujah” pelos Lordi. 


fonte: ESCPORTUGAL (www.escportugal.pt/)

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